POEMA DO POEMA
Folhas brancas de papel, talvez amareladas
Carcaças na mesa, madeira embrutecida
Aquecida nas chamas das velas nos castiçais
Vestais tingidas pelo vento como fantasmas
Plasmas de sangue quente no pote do tinteiro
Com o mergulho da pena no pote vermelho
Espelho minha luz que se reflete sombria
Agonia das palavras cruas e desnudas
Chulas vísceras, abrigo dos dementes vermes
Germes de um poema, um tempo derradeiro
Em cada expressão, um sentimento matreiro
Inteiro qual dunas sopradas pelos vendavais
Vogais separadas, consoantes solitárias
Párias palavras perdidas pelo chão do papel
Céu pleno de intrusos diabos sorrateiros
Esse é um poema de um mero poema
Só edemas pulsantes nos órgãos dos sentidos
Castigo de uma vida suada, intensa
Imensa em tempo e sem tempo para tudo
Mudo como a triste solidão do pastoreio
Aniz Tadeu – 09/2008
terça-feira, 26 de maio de 2009
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Ola Aniz!!!
ResponderExcluirSou amigo do Beto e gostei muito dos poemas e textos que você expõe aqui no seu blog.
Dê uma visitada lá no meu blog também: www.muraldoantena.blogspot.com
Um abraço
Antenor
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